Códigos LER: O Que São, Qual a Sua História e Impacto nos Stakeholders

21/10/2025 faq 6 min
Códigos LER: O Que São, Qual a Sua História e Impacto nos Stakeholders

Conheça a origem da Lista Europeia de Resíduos (LER), os seus códigos, a evolução histórica e o impacto prático que têm para empresas, municípios, operadores e cidadãos na gestão de resíduos e na economia circular.

Códigos LER: O Que São, Qual a Sua História e Impacto nos Stakeholders

A gestão de resíduos em Portugal e na União Europeia segue uma classificação padronizada conhecida como LER — Lista Europeia de Resíduos.
Os códigos LER são números de seis dígitos atribuídos a cada tipo de resíduo, usados para identificar, registar, transportar e tratar corretamente esses materiais.

História e enquadramento europeu

A criação da LER remonta à Decisão 2000/532/CE da Comissão Europeia, que consolidou listas anteriores numa estrutura única e harmonizada para todos os Estados-Membros.
O objetivo era acabar com a fragmentação: até então, cada país utilizava classificações próprias, dificultando o controlo transfronteiriço e as estatísticas ambientais.

Desde então, a lista tem sido periodicamente revista para incluir novos fluxos de resíduos resultantes de mudanças industriais, novas tecnologias e maior exigência na identificação de resíduos perigosos.

O que são os Códigos LER?

Cada resíduo recebe um código numérico de 6 dígitos que indica:

  • A origem do resíduo (atividade ou processo que o gera).
  • O tipo de material (plástico, metal, papel, lamas, solventes, etc.).
  • Se o resíduo é considerado perigoso (assinalado com um asterisco *).

Exemplo:

  • 20 01 01 → Papel e cartão de recolha seletiva.
  • 17 05 03* → Solo contaminado, classificado como resíduo perigoso.

O impacto nos diferentes stakeholders

Empresas (PMEs e grandes indústrias)

  • São obrigadas a registar todos os resíduos produzidos com os respetivos códigos.
  • Utilizam os LER para relatórios no MIRR e para emissão de e-GAR.
  • Facilitam a rastreabilidade em auditorias ambientais e certificações ISO.

Municípios e entidades públicas

  • Usam os LER para classificar fluxos de resíduos urbanos, orgânicos, indiferenciados e perigosos.
  • Permitem planear sistemas de recolha seletiva, metas de reciclagem e relatórios para a APA e a União Europeia.

Operadores de gestão de resíduos

  • Necessitam dos códigos para aceitar, transportar e tratar resíduos.
  • Sem a indicação correta do LER, não é possível legalizar a operação.

Cidadãos e consumidores

  • Beneficiam indiretamente da aplicação dos códigos, que garantem maior transparência na recolha seletiva e nas estatísticas nacionais de reciclagem.
  • Contribuem através da separação na origem, que depois é classificada com base nos códigos LER.

Estrutura da Lista Europeia de Resíduos

A LER está organizada em capítulos (primeiros dois dígitos) que correspondem à origem do resíduo.
Dentro de cada capítulo existem subcategorias e, finalmente, o código de seis dígitos.

Exemplos de capítulos:

  • Capítulo 15: Resíduos de embalagens.
  • Capítulo 17: Resíduos de construção e demolição.
  • Capítulo 19: Resíduos de instalações de tratamento.
  • Capítulo 20: Resíduos urbanos.

Exemplos práticos de Códigos LER

Código Designação Observações
15 01 01 Embalagens de papel e cartão Recicláveis, recolha seletiva
15 01 02 Embalagens de plástico Recicláveis, recolha seletiva
16 01 04 Pneus usados Devem ser enviados para operador licenciado
17 01 07 Misturas de betão, tijolos, telhas e cerâmica Resíduos de construção não perigosos
17 05 03* Solo contaminado Resíduo perigoso
19 08 05 Lamas de estações de tratamento de águas residuais urbanas Gestão obrigatória conforme legislação
20 01 01 Papel e cartão Resíduos urbanos recolhidos seletivamente
20 01 08 Resíduos biodegradáveis de cozinhas e cantinas Inclui restos alimentares
20 01 21* Tubos fluorescentes e resíduos contendo mercúrio Resíduo perigoso
20 03 01 Resíduos urbanos indiferenciados Lixo doméstico comum

* O asterisco indica que o resíduo é perigoso.

Como utilizar os Códigos LER na prática?

  1. Identificar os resíduos gerados pela atividade da empresa.
  2. Consultar a Lista Europeia de Resíduos (disponível no portal da APA e da Comissão Europeia).
  3. Atribuir o código de 6 dígitos mais adequado, verificando se se trata de resíduo perigoso.
  4. Registar esse código em todos os documentos: e-GAR, guias de transporte, MIRR e contratos com operadores.

Importância estratégica

Os códigos LER não são apenas uma obrigação legal. Representam uma ferramenta de política pública europeia que:

  • Uniformiza a forma como todos os países tratam a informação sobre resíduos.
  • Garante que dados estatísticos e relatórios são comparáveis entre Estados-Membros.
  • Permite monitorizar o progresso da economia circular.

Conclusão

Os códigos LER são a base da gestão de resíduos em Portugal e na União Europeia.
A sua correta aplicação é essencial para empresas, municípios, operadores e cidadãos, assegurando legalidade, transparência e contributo para metas ambientais.

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